Páginas

Cirurgia marcada.

O que aconteceu depois disso tudo vou resumir. Peguei os resultados, voltei ao médico e quase no meio desse ano vieram os planos para cirurgia. Segundo o médico que eu ia (sim, ia) talvez tivesse que fazer a cirurgia em duas etapas, já que são dezenas de miomas e talvez não desse para tirar todos de uma vez. Ele ficaria sem ter onde dar pontos. Ele explicou tudo, disse até o nome de um instrumento que ia ter que usar. Falou de cirurgia mais invasiva, menos invasiva e aí fizemos a pergunta que não queria calar.
Quanto vai custar doutor???
A menos invasiva, ao todo, perto de R$ 15 000,00
Fizemos silêncio. Não tínhamos e nem temos esse dinheiro. (Ele está sem emprego no momento). Para mim caiu a ficha na hora. Eu esperava o que de um tratamento particular?
Diante do nosso silêncio ele começou a falar que faria um bom negócio para mim e blá, blá, blá....No final disse que poderia me operar de graça no hospital escola em que ele dá aula.
Foi só ilusão, o que ele fez parecer fácil é muito difícil de conseguir e exige autorização da secretaria de saúde da minha cidade.
A promessa dele só serviu para meu amor bater perna atrás de quem pudesse ajudar a gente a conseguir encaminhamento para esse hospital escola. Acabei passando em dois médicos do SUS, tive que repetir muito a frase: " Não, eu não quero tirar o útero. Não tenho filhos, ainda quero tentar." Fiz mais exames, mais consultas e meu namorido teve que correr mais atrás de coisas para mim.
No final, desistimos dessa ideia e eu fui encaminhada pela Secretária de Saúde aos procedimentos necessários para operar pelo SUS aqui mesmo.
Fiz minhas consultas com um médico muito bom, Dr Edson Meirelles. Quando falei tudo sobre meu problemas ele disse:
"Tá bom, da pra limpar tudo."
Simples assim. Hoje vejo que o outro médico fez muito drama como se ele fosse o único que pudesse resolver meu problema.
Hoje a Secretária de Saúde marcou minha cirurgia. Será no dia 09/11.

Agora também ... Adenomiose

Tudo que eu estou postando aconteceu no começo do ano e agora vejo que muito do nervoso que eu passei poderia ser amenizado com palavras.
Os médicos que falaram "abobrinha", minha mãezinha com a natural falta de tato e pessoas do meu convívio que acham que sabem das coisas.
Sempre tem alguém que diz :
"Se Deus não manda um filho é porque não é para você ter." "Deus quis assim." "Você está exagerando, moma não dói."
Eu nunca digo mais eu tenho focos de adenomiose. Não digo porque os médicos sempre tratam a minha miomatose como mais grave que a adenomiose.

Adenomiose

Esta doença é muito semelhante à endometriose quanto à sintomatologia. Entretanto, sua origem e formas de tratamento são bastante diferentes. Atinge com mais freqüência mulheres com idade entre 35 e 50 anos, sendo que a grande maioria possui filhos antes do diagnóstico já que é graças ao parto ou a antecedentes de curetagem que surge a adenomiose. Após trabalho de parto ou curetagem o endométrio encontra áreas mais frágeis próximas ao miométrio e invade a musculatura uterina. Assim, de forma semelhante à endometriose, o endométrio se desenvolve fora do local de origem, mas nesses casos no meio do músculo uterino, o miométrio.

Diversos estudos demonstraram que a associação entre endometriose e adenomiose é comum. Alguns estimam que cerca de 27% das mulheres com endometriose tenham também o diagnóstico de adenomiose. O polimorfismo do gene FGF-2754C/G (relacionado ao fator de crescimento fibroblástico) mostrou reduzir a chance de uma mulher desenvolver adenomiose e endometriose.

Quadro Clínico

O quadro mais comum são cólicas fortes durante o período menstrual e irregularidade menstrual. Em algumas mulheres observa-se, também dor durante as relações sexuais. Estudos recentes sugerem que a adenomiose pode levar à infertilidade, devido principalmente a alterações endometriais que dificultam a implantação do embrião.
Nunca tinha pesquisado isso. Depois fiquei mais nervosa ainda.









Útero com 1350ml.

Fui fazer o exame na outra cidade e nessa ocasião eu já tinha pesquisado um pouco e fui mais tranquila. O medico disse que dava para tirar tudo. Ele disse certo? Então dava para ficar calminha não é? Só que não.
Eu sou professora e dou aula de manhã e o exame seria de manhã. As crianças saem as 11h30m da escola e se eu bem me lembro o exame estava marcado para as 11h. Como é particular, se fosse aqui na minha cidade, eu chegaria atrasada no exame, mas daria tempo. Só que era em outra cidade eu teria que sair daqui com uma folga de pelo menos duas horas, para dar tempo de procurar a clinica. Tive que faltar, não marquei falta abonada (direito meu) porque achei que teria atestado. Só achei, porque a clinica não deu. Politica interna. Meu namorido não sabe mas esse dia foi descontado, eu falei que ia pedir para trocar por falta abonada, mas o clima não estava bom para pedir.

Na clinica, fui super bem tratada. Profissionais bem treinados, nada de gente com falta de tato. Namorido falou que nosso médico tinha dado preferência para a clinica deles e essas coisas. Não sei se foram as coisas que o namorido disse, mas depois eu fui tratado com mais cuidados ainda. Meu exame foi divido em três etapas. A segunda tinha que ser feita com a bexiga completamente cheia, foi super difícil segurar o xixi com o aparelho mexendo "lá" dentro.
Ele não disse nada que tenha me alarmado, contou alguns miomas e me mostrou sem fazer alarde. Falou que meu útero não "cabia" na tela e que era para falar isso pro médico. Ficou tanto tempo comigo que atrasou o atendimento das outras paciente.
Conclusão do exame: útero com 1350 ml.

Embolização e Miomectomia.

Marquei consulta com o tal médico. O consultório dele fica na cidade vizinha onde eu morava quando conheci o Rafael.
Gostei do médico. Tem o aperto de mão firme e foi muito detalhista ao ver meus exames (os que eu tinha feito antes para a outra médica). Fez muitas perguntas e nessas horas eu amo mais ainda meu namorido lindo. No começo da minha luta eu ficava meio "besta" na frente dos médicos e sobrava para ele responder tudo. Quando veio a pergunta sobre querer ter filhos meu amor respondeu firme : Sim! Ele sempre responde sim para ter filhos, mesmo que não queira tanto quanto eu, acho que faz assim por mim.
Voltando a consulta...
Ele me disse o que são os miomas. Explicando simplesmente, são tumores benignos muito comuns. Disse para eu ficar tranquila porque raramente tinha algum maligno no meio. Explicou também o que é embolização e que eu não poderia fazer já que eu quero engravidar.
Aqui vai uma explicação rápida sobre embolização:

A emboloterapia, ou simplesmente embolização, é uma técnica de radiologia intervencionista que se aplica clinicamente há mais de 30 anos. Basicamente, consiste na obstrução intencional de um vaso em uma determinada região anatômica para impedir que continue passando sangue neste local. Para isto, um fino tubo plástico, denominado cateter, é introduzido dentro do sistema vascular e, mediante orientação de um aparelho computadorizado que emite raios “X” e permite ao médico enxergar através da pele, o cateter é conduzido até o local onde se deseja interromper o fluxo sanguíneo, o que se consegue com a injeção de diferentes tipos de material apropriado como partículas, fluídos, sustâncias adesivas, balões, espirais metálicas, etc.
Desta forma, a técnica de embolização tem sido empregada na medicina para corrigir numerosos defeitos como sangramentos, aneurismas, malformações vasculares, tumores, etc.
Na área ginecológica, a técnica de embolização tem sido também largamente empregada como tratamento principal em vários tipos de situações hemorrágicas como as observadas no pós-parto, nas alterações placentárias, nas malformações vasculares da pelve, no pós-operatório de intervenções ginecológicas, nos tumores malignos e outras situações similarmente comprometedoras da saúde da mulher.


Segundo o médico eu não posso fazer porque a embolização poderia obstruir a artéria uterina e assim não teria como manter um bebê, já que não passaria sangue para ele. Ou ainda dificultar a irrigação dos vasos que alimentam os ovários.
Ele indicou a miomectomia que é a retirada total por meio cirúrgico dos miomas.
Mandou eu fazer novos exames e um Ultrassom transvaginal 3D para contagem dos miomas e definir a localização de cada um e assim facilitar a cirurgia. Criticou o transvaginal que eu tinha e a pouca qualidade do exame, disse para fazer numa clinica em outra cidade (Taubaté - SP) que fica a uma hora mais ou menos daqui.










Diagnóstico: Múltiplos miomas.

Fizemos uma correria. Foi uma rotina de fazer exames, pegar exames e marcar nova consulta. Eu só pensava nos miomas e no que era isso. Na minha cabeça eu ia tirar o útero e nunca poderia ser mãe. Fui pesquisar imagens de miomas e piorei meu humor, com a contribuição da minha querida mãe. Acho que no fundo ela ficou preocupada e do jeito dela quis passar a impressão de que não era nada para eu não ficar triste.
Enquanto esperava o dia do retorno, o Rafael lembrou de uma vez, logo no início do namoro que minha menstruação atrasou e ELE achou que eu estava grávida. Ele disse o seguinte:
"Mor, se eu soubesse que isso ia acontecer eu não tinha ficado nervoso naquele dia."
Nessa ocasião fomos juntos ao médico que não achou nada estranho em mim, bebê ou algum problema, e me receitou o AC.
Chegou o dia do retorno e lá vamos nós de novo. Ela abre o exame e da a sentença:
"Você tem MÚLTIPLOS MIOMAS. O seu útero está muito aumentado, mais de 1000 ml."
Naquela ocasião não entendi nada e somente consegui contar o que o médico que fez o exame disse e perguntei se ia ter que tirar o útero mesmo.
Ela disse que o cidadão não tinha que ter dito nada e me explicou o seguinte:
"Existem técnicas hoje em dia que permitem manter seu útero, MESMO NAS CONDIÇÕES EM QUE ESTÁ, você pode fazer uma retirada dos miomas ou uma EMBOLIZAÇÃO. Vou encaminhar você a um médico que eu conheço e que é especialista no assunto."
Não disse nada para o Rafael, mas saí dali me sentindo muito ignorante. Ela falou de coisas que eu não sabia o significado e me mandou para um especialista. Eu pensava:
"Se fosse simples ela mesma resolvia."
E ainda ficou na minha cabeça a pergunta:
Como NENHUM médico viu nada disso antes? Os miomas cresceram tanto em questão de meses?

Útero aumentado e muito choro.

Já contei um pouco sobre mim. Agora vou falar sobre minha vontade de ser mãe e minha dificuldades.
Antes preciso dizer que sou esquecida e vocês já vão entender.
Não me lembro direito, mas no final do ano passado fui ao ginecologista e descobri que alguma coisa estava errada. Acho que eu tive uma menstruação longa, ou foliculite, ou o AC me causou muitas dores, não lembro direito, era para ser consulta de rotina. O que eu lembro muito bem foi a consulta e tudo o que aconteceu depois.
Assim que entrei e conversei com a médica ela pediu para eu tirar a roupa, colocar uma camisola e deitar. O Rafael estava ali comigo o tempo todo. Ela fez o toque, apertou minha barriga e passou um aparelho com um gel gelado. Pelo o que eu entendi tentava ouvir algo.
Fez um monte de perguntas e aí veio a conclusão dela:
"Seu útero está aumentado, mas não ouço nada. Sua menstruação longa pode estar sendo causado por um mioma ou cisto no ovário."
Choquei! Mioma??? Cisto??? Nunca tinha pensado nessas coisas. Sempre fui ao médico direitinho e nunca deu nada.
Peguei os pedidos de exames e sai dali pensativa.
Fiz os exames num hospital particular aqui da minha cidade. A doutora pediu exames de urina, sangue e um transvaginal.
No dia do transvaginal eu chorei muito. Acho que tinha que ter um curso para os especialistas (principalmente os homens) falarem com a gente.
Quando me chamaram para o exame uma enfermeira bem novinha veio me buscar e mandou eu me arrumar e deitar para esperar o médico que ia realizar o exame. Ele entrou e começou, a princípio o achei bem profissional. Disse para não ficar constrangida com o exame, perguntou se era a primeira vez e essas coisas. Bom, ele "fuçou" lá por um bom tempo e mandou chamar outro médico.
O caso era que ele não conseguia ver nada e  não achava meus ovários. Como assim????????
Quando o outro médico chegou eles esqueceram que eu sou uma pessoa e passaram a me tratar como um pedaço de carne. Falavam entre eles do meu útero "nadando" em miomas, grande demais, dos meu ovários que foram parar num lugar bem acima de onde deveriam (perto da linha do umbigo), de que eu ia ter que tirar meu útero, não tinha mais jeito. Depois disso tudo um deles me olhou e disse:
"Coitada! Queria manter esse útero né?"
Tentei me fazer de forte e disse um monte de mentiras tipo:
"Já esperava isso. Só tenho medo de reposição hormonal. Vou adotar."
Sai do hospital e fui chorar na rua.
Liguei para minha mãe que foi super compreensiva e me acalmou ¬¬. Ela disse:
"Isso não é nada demais, se precisar tirar o útero tira é uma cirurgia boba. Você que não quis ter filho antes." (As vezes acho que ela não aceitou ainda minha separação.)
Chorei mais ainda e liguei para o Rafael. Ele me acalmou de verdade e depois de um tempo descobri que enquanto eu chorava na rua ele chorava em casa.




Meu amor lindo...

Assim que me separei fui morar numa república na cidade vizinha a minha. Gostei por um tempo, depois a diferença de idade pesou, as meninas com 18 e eu com 28 anos. Me sentia a tia da casa kkkkkkk
Conheci meu "namorido" lindo pela net numa sala de bate papo alguns meses depois da separação. Nesse dia eu conversei e adicionei no msn mais uns quatro "caras" que logo deletei, detesto conversa besta e cheia de saliências (se é que me entendem). Mas, meu amor lindo não. Ele foi o único que soube conversar comigo e chamar minha atenção de verdade.
Lembro-me que assim que ele ligou a webcam eu vi uma prateleira imensa de livros e pensei : "Nossa! Ele gosta de ler que nem eu." (Depois descobri que ele não gosta de ler e que os livros eram da mãe dele. hahaha). Ele me mostrou nesse dia também a cobra d'água que tem tatuada no ombro.
Levou alguns meses marcar de sair. Nesse ínterim conversamos, ele sumiu, apareceu de novo e enfim saímos. Não tenho vergonha de dizer que me apaixonei a primeira vista e que no primeiro encontro aconteceu nossa primeira vez. Depois de mais ou menos 3 anos fomos morar juntos. (Acreditem, eu não marquei a data.)
Estamos juntos a exatos 4 anos e 8 meses e dizemos "Eu te amo" todos os dias. 
Discutimos claro, brigamos feio também, mas aprendemos juntos a administrar a relação. Eu tenho 32 anos e ele 30, queremos as mesmas coisas e aceitamos o que o outro quer e tem a oferecer, mesmo que não gostemos.
Perceberam a diferença da minha outra relação? Com o Rafael eu sinto que remamos juntos na mesma direção.
Eu "curto"de verdade a nossa relação. Apesar de brigar por causa da bagunça, acho uma delícia ver nossas coisas bagunçadas juntas, simplesmente comer bobagem mexendo na net  ou ver televisão juntos (tomara que ele não leia isso).
Todos os dias descubro algo mais a amar nele. Todos os dias descubro que andamos mais um pedacinho do nosso caminho e que eu estou adorando.


Um pouco de mim...

Eu sempre pensei em ter filhos, acho que desde que a "monstra" apareceu pela primeira vez e eu tive consciência de que já era uma mulher.
 Fui precoce em alguns aspectos, comecei a trabalhar com 11 anos, namorar e noivar com 16 e casar com 18. Nessa época cometi o maior engano da minha vida, me arrependi muito de ser uma pessoa precipitada nas ações. Não me arrependo completamente de ter casado, pois a pessoa que sou hoje começou a ser formada naquela época, no entanto trago muita mágoa e magoei muito as pessoas da família do meu EX-marido.
O casamento ainda durou muito, 10 anos, mas foram anos de tentativas de continuar. Hoje olhando para trás, vejo que cada um remava sozinho para o lado oposto do outro. Éramos jovens quando casamos(eu com 18 e ele com 24), esperávamos coisas diferentes um do outro e tínhamos desejos diferentes.
Lembro-me que assim que casei achava que estava grávida todo o mês. A euforia e o desejo de ser mãe logo durou um tempo até que caiu a ficha e percebi que a alegria era somente minha e que não tínhamos condições de ter filhos.
Amadureci e fui cuidar da minha formação e crescer. O problema era que cada vez que eu aprendia e amadurecia mais, percebia que alguma coisa estava errada. Não demorou e as brigas ficaram piores, as ofensas piores e a admissão mútua de que estava tudo acabando.
Tentamos morar sozinhos um tempo (sim, morávamos com a família dele!), mas não deu.
Ele acha que a faculdade me mudou. Na verdade a mudança era inevitável, quando algo começa errada a probabilidade de dar certo é pequena.

O início de tudo .

Já faz um tempo que acompanho o blog de muitas mulheres que como eu sonham ou sonharam ser mães e sempre pensei em eu ter meu próprio espaço para dividir experiências, contar meus sonhos e fazer amizades.
Sempre que leio as postagens penso em comentar, mas como anônimo eu não queria, então surgiu meu blog.
Estou muito esperançosa de fazer amizades aqui.